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Tuesday, April 24, 2012

BIOGRAFIA: PAVLOVA, Anna (1882-1931).

 
A futura bailarina internacional nasceu na Rússia; ela estudou na Escola Imperial (São Petersburgo). A bailarina apresentou-se no Teatro Mariinski (1908) e logo foi convidada para dançar na Companhia Teatral Sergei Pavlowsky Diaghilev, promotora dos Ballets Russes (Paris, 1909-1929). Pavlova apresentou-se dançando em Paris e, como seu jovem parceiro Vaslav Nijinsky (1889-1950), foi revelação na dança. A bailarina tornou-se a dita, Incomparável Pavlova e até hoje nenhuma bailarina tornou-se tão conhecida e celebrada internacionalmente como ela (1909-1931). Uma das estrelas do balé que chegou mais perto de seu prestígio foi Dame Margot Fonteyn, mas esta artista nunca conseguiu a fantástica mobilização de multidões nem a popularidade que Anna Pavlova conquistou na sua época.
 
Michel Fokine (1881-1942) criou a coreografia para o balé Chopiniana, encenado no Teatro Maryinski, em duas récitas beneficentes (fev., 1907), que depois tornou-se conhecido como As Sílfides [Les Sylphides]. Mais tarde, Diaghilev encomendou novo arranjo orquestral adaptado para balé da música de Frederick Chopin, realizada em 1909 por Igor Fedorovich Stravinsky (1882-1971). Nas primeiras apresentações o balé foi dançado por Pavlova, e, tanto a bailarina bem como o bailarino e futuro coreógrafo Michel Fokine, se tornaram os primeiros contratados dos Balés Russos. Pavlova dançou na estréia do primeiro balé, O Pavilhão de Armide [Le Pavillon d'Armide], com música de Anton Stepanovich Arensky, que Diaghilev não gostou, tanto que substituiu-a pela música de vários compositores russos, até então desconhecidos do público francês, como Nikolai Andreevich Rimsky-Korsakov (1844-1908), Mikhail Glinka, Modest Mussorgsky, Nicolas Tcherepnin e Alexander Glazunov (Grupo dos Cinco; v). Esse balé estreou com cenários e figurinos bastante luxuosos, mas clássicos, do russo Alexandre Benois (1870-1960) e foi dançado por Vaslav Nijinsky como par de Anna Pavlova; no dito, Pas de Trois, que causou grande comoção no público, com Nijinsky, Pavlova e Alexandra Baldina,. Nijinsky também dançou como par da futura grande estrela Tamara Kasarvina. A fotografia de Nijinsky e outra de Kasarvina nesse balé e a fotografia de Anna Pavlova aos quinze anos de idade; a reprodução de dois cenários de O Pavilhão de Armide, encontram-se reproduzidas (SHEAD, 1989).

Outro programa começou com o primeiro ato de Ruslan e Ludmila (Glinka) e continuou com As Silfides (Chopin), dançado por Pavlova, Nijinsky e Kasarvina. A sofisticada platéia viu Pavlova dançar, e ficou absolutamente magnetizada por sua extema leveza e delicadeza. Pavlova dançou no último balé da noite, Cleópatra, como a atendente do templo Ta-Hor, fazendo par com seu amante Amoun (Fokine), sendo que, na récita de estréia, o papel principal foi de Ida Rubisntein (Zobeida), logo substitutida por Kasarvina, que tornou-se a principal bailarina dos Balés Russos. Esse balé, que apresentou cenários e figurinos de Alexandre Benois (1870-1960), tornou-se o mais popular nos primeiros anos de vida dos Ballets Russes.

Embora Diaghilev houvesse programado Giselle (Adam), para Pavlova dançar na próxima temporada parisiense (1910), além de Shéhérazade (Rimski-Korsakov) e Carnaval (Schumann), que Fokine coreografou anteriormente para apresentação em São Petersburgo (05 mar., 1910), e do dito, Divertimento [divertissement] Os Orientais [Les Orientales], destaque solo dançado por Nijinsky vestido com rico figurino de Jacques-Émile Blanche.

Pavlova não participou da segunda temporada dos Balés Russos. A bailarina, que conquistou fama imediatamente, desligou-se da Cia Teatral S. P. Diaghilev e foi viver em Londres, onde fundou sua própria Companhia de Balé e Escola de Dança. Sempre que Pavlova dançou, tal a perfeição de sua arte, ela eclipsou todos os seus parceiros com exceção de Nijinski. No balé Giselle (Adam), que tornou-se clássico da dança, Pavlova mostrou a que foi considerada como sua maior interpretação. A artista manteve sempre esse balé no seu repertório e dançou-o em todas suas turnês. A interpretação da bailarina no trecho de A morte do Cisne, foi considerada como o suprassumo da perfeição nos gestos do balé clássico.
 
Anna Pavlova dançou por todo o mundo; a artista esteve inclusive no Brasil, e em outros países da América do Sul, na África do Sul, na Nova Zelândia, no Japão, India, além de dançar nas principais cidades européIas. Pavlova foi a verdadeira estrela da dança, que mobilizou multidões a aplaudi-la. Os vinte anos de turnês internacionais levaram a bailarina a percorrer c. de quinhentos mil kilometros pelo mundo. A fotografia de Pavlova dançando trecho de Carnaval com coreografia do russo Michel Fokine, encontra-se publicada (MONTREYNOUD, 1995: 55).

REFERÊNCIAS:

MONTREYNOUD, F.; BADINTER, E. (Pref.); HELFFER, C (Cinema); KLYMAN, L.; PERROT-LANAUD, M.; AUDÉ, F. Le XXe Siécle des Femmes. Paris: Nathan, 1995, p. 55.

SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm, pp. 14-17, 22-23, 28, 31, 48.

THOMPSON, K. A Dictionary of Twentieth-Century Composers1911-1971. London: Farber & Farber, 1973. 666p. 16,5 x24,5 cm, pp. 429, 461, 462.

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