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Saturday, May 26, 2012

BIOGRAFIA: BALLA, Giacomo (1871-1958).

O artista multimídia, ator, pintor, cenógrafo, figurinista e fotógrafo, nasceu em Turim e morreu em Roma. Balla foi o maior expoente da pintura no Futurismo italiano: ele pintou obras nas técnicas Neo-Impressionista, Pontilhista e Divisionista, quando foi influenciado pelas obras dos pintores Giuseppe Pelizza da Volpedo, Segantini e Previatti. Balla ensinou técnicas, quando se tranformou no professor de Gino Severini e Umberto Boccioni.

Nas pinturas iniciais do movimento Futurista, o maior interesse de Balla consistiu nos temas originais que abordou, reunindo em obras únicas a dinâmica do movimento e da velocidade; ele pintou animais e humanos em movimento, como em Dinamismo de um cão na coleira (1911-1912). Convidado para visitar o violinista Lowenstein, Balla ficou alguns meses hospedado na casa dele e pintou a obra dinâmica Mão de Violinista (Düsseldorf, 1912), que se encontra reproduzida (SEUPHOR, 1957). Na pintura Compenetração Iridescente (1912, óleo/ tela, 77 cm x 77 cm, Coleção Balla), ele apresentou o estudo das cores, com influencia de Robert Delaunay, que Balla visitou em Paris. Nesse mesmo ano. Balla pintou Automóvel Correndo (1913, têmpera/ aquarela/ papel, 70 cm x 100 cm, no acervo do Stelijk Museum, Amsterdã). Esses temas, identificados com a vida em movimento do novo século, foram abordados pela primeira vez nas Artes Plásticas. Balla pintou ainda Carro em movimento (1915), obra que se encontra reproduzida (SEUPHOR, 1957).

Balla criou o Manifesto dos Pintores Futuristas e Agitadores Educados, assinado por Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Gino Severini e Luigi Russolo (11 abr., 1910). Cinco anos depois Balla escreveu o manifesto Reconstrução Futurista do Universo [Riconstruzioni Futurista dell’Universo], assinado com Fortunato Depero (11 mar., 1913).

Durante o período da I Guerra Mundial e devido a indicação de F. T. Marinetti (1876-1944), Giacomo Balla (1871-1958), foi convidado por Sergei Diaghilev para se tornar cenógrafo e figurinista do balé mecânico Fogos de Artifício [L’Ucello di Fuoco]. A encenação foi apresentada com a música homônima de Igor Stravinsky (dur. 4´), no Teatro Costanzi (Roma, 17 abr., 1917). Para os desenhos do dito, Primeiro Cenário Plástico do Futurista Balla [Primo Scenario Plastico dal Futurista Balla], conforme se encontra escrito no cartaz do espetáculo, reproduzido (ATTI, 1990), Balla estudou os efeitos das vibrações luminosas azuis, violetas, vermelho verde - as cores próprias de seu edifício de madeira e tecido - assimétricos e rítmicos como as notas da música de Stravinsky. Esta composição Abstrata com a qual ele deveria se apresentar durante menos de cinco minutos, criou sobre a estrutura cenográfica movimento de luz e sombra variado - formas fugazes, sobre a forma estática - que deveria suscitar no espectador a mesma reação estupefaciente e maravilhada da explosão animada de fogos de artifício. Um jogo de grande efeito do qual, pela primeira vez, a cenografia foi o espetáculo, onde a centralização da idéia teatral esteve concentrada em um só pensamento: na breve explosão luminosa de efeito agudo e estridente, que sublinhava e traduzia sons musicais. A eufórica aparição da força primordial do fogo - através da formalização teatral e da transfiguração do real ao abstrato. Na ocasião, a obra estreou sem bailarinos, com a música ilustrada somente com efeitos de iluminação além de outros, produzidos por várias máquinas mecânicas, tudo criação fantástica de G. Balla. Os desenhos e estudos de Balla para a cenografia dessa obra (1915-1917), se encontram no acervo da Galeria de L'Obelisco (Roma).

Balla colocou seu talento a serviço de outras encenações da Cia Teatral S. P. Diaghilev, como para O Canto do Rouxinol [Il canto dell'usignolo], com música de Stravinsky, cenários de Fortunato Depero e desenho costumes de Balla, encenado pelos Ballets Russes com criações de figurinos de Léon Bakst e cenários do artista espanhol Pedro Pruna (Paris, 1916). Os desenhos de figurinos para esse balé, se encontram reproduzidos (ATTI, 1990).

Balla criou ainda O Jardim Zoológico [Il Giardino Zoologico], balé que ofereceu para Diaghilev, mas que nunca foi encenado. Balla criou os cenários para Dança Plástica [Balli Plastici], de Gilbert Clavel, encenado nos palcos italianos e franceses (1918); os cenários da peça Matoum a Tevibar (1919); e cenários para o Teatro das Cores de Ricciardi (1920), para o Teatro da Experiência (Praga, 1921-1924) e para o Teatro da Mímica (Paris, 1927; Turim, 1928).

Devido ao advento do fascismo (Itália, 1923-1945), Balla passou a pintar temas convencionais e paisagens de pouco interesse; sua pintura, obra do período inicial do Futurismo italiano, A Lâmpada ao Arco [La Lampe a Arc] (1910), se encontra reproduzida (PIERRE, 1991). A Paisagem (1906-1907), de G. Balla, pertence ao acervo do MAC - USP.


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

BRITT, D.; MACKINTOSH, A.; NASH, J. M.; ADES, D.; EVERITT, A; WILSON, S.; LIVINSGSTONE, M. Modern Art: from impressionism to post-modernism. London: Thames and Hudson, 1989, pp. 181-183.

CATÁLOGO. ATTI, F. C. degli; FERRETTI, D. (Org.). Rusia, 1900-1930, L'Arte della Scenna. Milano: Galeria Electa. Moscou: Museu Bachrusín, 1990, pp. 54-55.

CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 424-425.pp 14, 29, 126.

DICIONÁRIO. SEUPHOR, M. Dictionaire de la peinture abstraite: precédé d´une histoire de la peinture. Paris: Fernand Hazam, 1957. 305p.: il.,

GIBSON, M. Duchamp, Dada. Paris: N.E.F. Casterman, 1991, p. 228.


PIERRE, J. L'Univers Surréaliste. Paris: Somogy, 1983, pp. 150-152, 372.37-38, 77-78, 119-120, 122-123. 

SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm

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