Translate

Monday, March 10, 2014

BARANOFF-ROUSSINÉ, Vladimir Davidovich (Rússia) ou ROUSSINÉ, Daniel (França,1888- c. 1942).

 

BARANOFF-ROUSSINÉ, Vladimir Davidovich (Rússia) ou ROUSSINÉ, Daniel (França,1888- c. 1942).

 

Pintor, escultor, inventor, músico e artista plástico, Baranoff-Roussiné nasceu em Kherson, na Rússia; ele estudou na Academia Imperial e na Escola Técnica Avançada (São Petersburgo). Baranoff-Roussiné participou de mostras de vanguarda como a Trigo-Stephanos (1909), organizada por Nicolai Kulbin (1868-1917) e David Burliuk (1882-1967); e da mostra da associação de artistas União da Juventude [Soyuz Molodeshi] (São Petersburgo, 1910). O artista viajou para Paris, onde passou prolongada temporada (1910-1914). Usando o pseudônimo de Daniel Roussiné, o artista participou de algumas mostras do Salão de Outono. Baranoff-Roussiné morou na La Ruche [A Colméia] (v.), quando ele participou dos eventos da colônia judaica russa, que, na época se concentrava nos salões da Baronesa D’ Oettingen (Suzanne Malherbe & o futuro surrealista Claude Cahun), que promoviam festas fantásticas e eram amigos de Adrienne Monnier e Sylvia Beach da Shakespeare and Co., e de Jacques Lipchitz e Salvador Dalí, entre outros.

Baranoff-Roussiné ficou amigo do casal Robert e Sonia Delaunay
(v. biografia, no Blog
http://arteeuropeiadevanguarda.blogspot.com); ele foi influenciado pela obra deles, quando iniciou sua pesquisa pessoal de cores. O artista recebeu a crítica encorajadora de Guillaume Apollinaire (1880-1918), outro amigo dos Delaunay e o principal crítico da arte das vanguardas francesas, que publicou ensaio sobre o artista na revista L'Intransigeant [O Intransigente](05 mar., 1915). Baranoff-Roussiné se aliou à estética dita, Cubo-Futurista e passou a executar esculturas como a Sinfonia Número 1 (1913, madeira/ cartão/ casca de ovo, 161,1 cm x 72,2 cm x 63,4 cm, no acervo do MoMA, Nova York), que se encontra reproduzida (BREUILLE, 1991). Devido ao início da I Guerra Mundial, Baranoff-Roussiné retornou à Rússia; e, em seguida, o artista viajou para a Noruega, onde expôs em mostra individual na Galeria Blomquist (nov., 1916). Com a chegada da Revolução de Outubro (1917), Baranoff-Roussiné retornou imediatamente a seu país, onde, graças à amizade estabelecida com David Schteremberg (1881-1948), que ele conheceu em Paris, e do Coronel Anatoly Lunacharsky (1878-1933), um dos principais assessores de Lenin, ele foi designado para cargo oficial do novo governo. Baranoff-Roussiné foi encarregado de reorganizar a oficina de pintura na antiga Academia de Belas Artes (São Petersburgo); e, depois, ele se tornou professor nas VKhUTEMAS - Escola Superior de Arte e Técnica (Moscou, c. 1920-1924; v. abaixo). Neste período o artista aperfeiçoou seu invento instrumental, o piano ortofônico, que ele conseguiu patentear (Moscou, 18 set., 1923). No ano seguinte Baranoff-Roussiné, apresentou-se com seu instrumento em concerto no Teatro Bolshoi.
 



Devido ao endurecimento do governo de Ióssif Stalin e a política restritiva para as artes e graças a ajuda externa do casal Delaunay, o artista conseguiu voltar a viver em Paris (1925-). A partir dessa época Roussiné expôs regularmente nos salões de arte; ele promoveu certo número de seus inventos como o fotocronômetro, instrumento de análise e classificação de pedras preciosas, entre outros. No entanto, com a ocupação alemã em Paris, o artista foi aprisionado pelos nazistas. Encontrei duas versões, parecidas, ambas trágicas, para o final da vida de Baranoff-Roussiné. Em HULTEN (1986), a primeira versão de que ele foi aprisionado pela Gestapo em Paris e deportado para campo de concentração na Alemanha, onde faleceu (c. 1944). A segunda, em BREUILLE (1991), de que o artista desapareceu durante a ocupação alemã em Paris (c. 1942). Baranoff-Roussiné foi homenageado com mostra retrospectiva de suas obras no MNAM (Paris, 1972).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:



CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., p. 426.
 
 

 

DICIONÁRIO. BREUILLE, J-P. Dictionnaire de la peinture et de sculpture : l'art du XXe siècle. Sous la direction de Jean-PhilippeBreuille. Paris: Lib, Larousse, 1991. 777p.: il., retrs., pp. 62-63. (Dictionnaires specialisés).

No comments: